domingo, 30 de setembro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
A Dor de Amar
Já foram cantadas em verso e prosa
As incoerências desse tal "amor"...
É um amargo-doce, dor deliciosa,
É tristeza alegre, é frio no calor.
E os sentimentos daquele que ama
Com fervor intenso, com obsessão,
Conforme a ciência já hoje proclama,
São fontes de stress, de flagelação.
Mas como viver sem curtir no peito
Esse stress vibrante e o sofrer de amar,
Delícias de ter um cúmplice perfeito,
Dores e prazeres de compartilhar?
E como ficar nas noites sombrias
Sem sentir na alma a amorosa brisa,
De um abraço amigo pleno de magias,
E do afago amante que nos realiza?
Se amar é sofrer... stress e flagelo...
Hão de preferir nossos corações
O fascínio eterno de um doce libelo
A um destino insosso, pobre de emoções...
(Oriza Martins)
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amor,
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obsessão.,
tristeza
terça-feira, 25 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
AS MÃOS
Cinco dedos estendidos no vazio.
Através deles, o sol escoa-se
Como através de uma cortina de fumo,
Ténue e baço,
Incerto e pálido.
No chão desenha-se essa forma
Indecisa e sem substância.
Existir ou não é indiferente.
Se houvesse um relógio,
Talvez ele marcasse o tempo a esgotar-se
Como um coração que bate
Em direcção ao seu fim.
Ao longe, os ruídos
Dos carros que passam,
Apressados, compassados,
Urgentes da raiva que morde
E das mãos que ferem.
Amanhã.
Hoje esse degrau
Está ainda longe demais.
ANA BRILHA,
in A APOLOGIA DO SILÊNCIO
(Ed. Autor, 2012)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Poemas aos Homens do nosso Tempo
Amada vida, minha morte demora.
Dizer que coisa ao homem,
Propor que viagem? Reis, ministros
E todos vós, políticos,
Que palavra além de ouro e treva
Fica em vossos ouvidos?
Além de vossa RAPACIDADE
O que sabeis
Da alma dos homens?
Ouro, conquista, lucro, logro
E os nossos ossos
E o sangue das gentes
E a vida dos homens
Entre os vossos dentes.
Hilda Hilst
sábado, 8 de setembro de 2012
Ela Canta, Pobre Ceifeira
Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,
Ondula como um canto de ave
No ar limpo como um limiar,
E há curvas no enredo suave
Do som que ela tem a cantar.
Ouvi-la alegra e entristece,
Na sua voz há o campo e a lida,
E canta como se tivesse
Mais razões pra cantar que a vida.
Ah, canta, canta sem razão!
O que em mim sente ‘stá pensando.
Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando!
Ah, poder ser tu, sendo eu!
Ter a tua alegre inconsciência,
E a consciência disso! Ó céu!
Ó campo! Ó canção! A ciência
Pesa tanto e a vida é tão breve!
Entrai por mim dentro!
Tornai Minha alma a vossa sombra leve!
Depois, levando-me, passai!
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Poeminha Amoroso
Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...
Cora Coralina
domingo, 2 de setembro de 2012
LONGE DAQUI
Em sonho lá vou de fugida,
Tão longe daqui, tão longe.
É triste viver tendo a vida,
Tão longe daqui, tão longe.
Mais triste será quem não sofre,
Do amor a prisão sem grades.
No meu coração há um cofre,
Com jóias que são saudades.
Tenho o meu amor para além do rio,
E eu cá deste lado cheiinha de frio.
Tenho o meu amor para além do mar,
E tantos abraços e beijos pra dar.
Ó bem que me dá mil cuidados,
Tão longe daqui, tão longe.
A lua me leva recados,
Tão longe daqui, tão longe.
Quem me dera este céu adiante,
Correndo veloz no vento.
Irás a chegar num instante,
Onde está o meu pensamento.
Tenho o meu amor para além do rio,
E eu cá deste lado cheiinha de frio.
Tenho o meu amor para além do mar,
E tantos abraços e beijos pra dar,
Tenho o meu amor para além do mar
Ernani Correia
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