sexta-feira, 30 de julho de 2010
A VOZ DO SILÊNCIO
terça-feira, 27 de julho de 2010
SOLIDÃO
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,
o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,
o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.
Vinícius de Moraes
domingo, 25 de julho de 2010
HOMENAGEM AO DIA DO ESCRITOR
sexta-feira, 23 de julho de 2010
OS POEMAS
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
Mario Quintana - Esconderijos do Tempo
quinta-feira, 22 de julho de 2010
EU QUERO
terça-feira, 20 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Eu escolhi o amor
Cєrтα νєz, αlgυéм мαŋđσυ-мє
α єѕcσlђєr єŋтrє
σ αмσr,
σ ѕσrrίѕσ,
σ ρєrƒυмє đє υмα ƒlσr,
σ вrίlђσ đαѕ єѕтrєlαѕ,
σ σrναlђσ đαѕ мαŋђãѕ,
α вrίѕα đσ мαr
є νσcê ...
É clαrσ qυє єѕcσlђί σ αмσr
ρσίѕ, ѕєм єlє, ŋãσ cσмρrєєŋđєrία
σ ѕσrrίѕσ đє υмα crίαŋçα,
ŋãσ мє đєlίcίαrία cσм σ ρєrƒυмє đє υмα ƒlσr,
ŋãσ єŋxєrgαrία σ вrίlђσ đαѕ єѕтrєlαѕ,
ŋãσ ѕєŋтίrία σ σrναlђσ đαѕ мαŋђãѕ,
ŋãσ αρrєcίαrία α вrίѕα đσ мαr є,
σ мαίѕ ίмρσrтαŋтє,
ŋãσ тєrία νσcê ρєrтσ đє мίм.
Đєυѕ cσlσcα єѕѕє мυŋđσ
мágίcσ ασ ŋσѕѕσ αlcαŋcє,
ραrα αναlίαrмσѕ σ
мαgŋíƒίcσ ρrєѕєŋтє
đє єѕтαrмσѕ νίνσѕ
Desconheço o autor
SE...
Se souber agradecer ao invés de só pedir
Se com calma escutar as queixas do teu irmão
Se tiver paciência de esperar a hora certa
Se puder com carinho estender a tua mão...
Se não quiser queimar etapas da tua vida
Se puder ser o mesmo na alegria e na dor
Se conseguir doar sem exigir nada em troca
Se para teus inimigos puder só dar amor...
Se souber no desespero não perder a compostura
Se puder resistir com bravura à solidão
Se conseguir ficar bem longe da discórdia
Aprenderia que tudo na vida tem solução...
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Sete partidas,
1 a boca curta
2 o timbre inútil
3 alguns percursos inviáveis
soterrados
sob o peso deslumbrado dos asfaltos
4 intentos e caminhos reduzidos
a um tráfego de cansaços e esquecimento
5 a ilusão horizontal dos olhos
rasando a virtude da água
6 a dolorosa porção de espaço
perimetria do espasmo e dos espantos
enorme convulsão
entre o silêncio e a fábula
7 o gesto insuficiente do coração
entre o mar e o mar como se
mais mundo não houvesse e só
os territórios interiores
fatigados duma melancólica geografia.
as sete partidas duma viagem inflexível
quedam-se à volta de muitas raízes
e duma dramática sedução de flores
onde a luz quebra o viço generoso das sombras
e reforça a intensidade fátua dos perfis suspeitos.
( Irene Lucília )
Irene Lucília Mendes de Andrade, é natural do Funchal (1938). Licenciada em Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Professora de Educação Visual.
http://singrandohorizontes.wordpress.com/2009/02/
sábado, 10 de julho de 2010
Destruição
Os amantes se amam cruelmente
e com se amarem tanto não se vêem.
Um se beija no outro, refletido.
Dois amantes que são? Dois inimigos.
Amantes são meninos estragados
pelo mimo de amar: e não percebem
quanto se pulverizam no enlaçar-se,
e como o que era mundo volve a nada.
Nada. Ninguém. Amor, puro fantasma
que os passeia de leve, assim a cobra
se imprime na lembrança de seu trilho.
E eles quedam mordidos para sempre.
deixaram de existir, mas o existido
continua a doer eternamente.
Bom fim de semana!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
ANTES DO NOME
Não me importa a palavra, esta corriqueira.
Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,
os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",
o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensível
muleta que me apóia.
Quem entender a linguagem entende Deus
cujo Filho é Verbo. Morre quem entender.
A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,
foi inventada para ser calada.
Em momentos de graça, infreqüentíssimos,
se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.
Puro susto e terror.
(Adélia Prado)
domingo, 4 de julho de 2010
CARTA DE DEMISSÃO
Quero pedir urgente a demissão,
Do compromisso banal de ser adulto,
E me recuso a prestar o velho culto,
De insanidade, problemas e ambição.
Retroceder ao tempo da descontração,
Ir com os ventos, viver cada minuto,
Com a pureza no olhar, sem nada oculto,
Correr na chuva, sorrir, deitar no chão.
Quando o cansaço chegar, dormir profundo,
Ir passear no sonhar, em outro mundo,
Brincar de nuvem, num céu que é colorido.
E extasiado em viver cada momento,
Quero gritar bem alto, aos quatro ventos,
Que desse mundo sem cor, fui demitido.
(Martinho Ferreira de Lima)
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Amizades....
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